quarta-feira, 31 de outubro de 2007

Santo dia Todos os Santos

É véspera de feriado, vai ser mais um dia louco no trabalho, sempre no acelera... a filhota está a absorver estas novidades do "hallowen'en" á portuguesa e como quem quer mas não sabe pedir lá vai falando na fatiota para o disfarce.

Só que eu não vou permitir pois o certo é regressarmos final do dia a casa e aproveitar o serão para estarmos juntas.

É véspera de Todos os Santos, de recordarmos e, se muitas as vezes esquecemos de rezar por quem já partiu, aproveitar esta ocasião para o fazer. Prestar a homenagem aos nossos e no dia celebrar com a família as recordações partilhadas.

Apesar de normalmente ser um dia que se caracteriza pelo escuro, luto, maior parte das vezes o próprio tempo ajuda a criar o cenário, o que este ano parece que não irá acontecer, há o reencontro com parentes que não vemos bastante tempo.

A minha mãe já convidou para o almoço, vou estar com as manas, mano, cunhados e sobrinhas e o meu pai.

Faço questão de participar neste cerimonial, porque aqui encontro a tradição religiosa e não só, que acho que devemos fomentar e preservar.

Por isso não digo, " Feliz Hallowen'en" mas desejo um santo dia para todos.

terça-feira, 30 de outubro de 2007

Hoje olho para esta página em branco e apesar de querer falar sobre imensas coisas perco-me naquilo que posso ou não sentir por o estar a dizer.

Desde a última vez, em que quebrei por dentro, tenho andado um pouco perdida naquilo que tenho realmente que fazer, apesar das variáveis exteriores que continuamente interferem naquilo que deve contar.

Então decidi parar o tempo que há dentro de mim e recomeçar como estivesse a acabar de nascer.

Esta semana acabei de fechar um contrato de promessa de compra e venda para um apartamento para mim e para a minha filha, um cantinho só nosso.

Vamos começar como se do nada se tratasse.

Hoje estou oficialmente divorciada, porque assim o quis e não porque me obrigassem a fazê-lo, ou houvessem razões de adultério ou interferência de terceiras pessoas na minha vida.

Faço o que faço porque assim quero.

É a minha expressão de liberdade e autonomia, independência com a responsabilidade de criar e educar uma filha, sempre presente e uma parte de mim.

Tive por um segundo no tempo isolar-me das outras pessoas, amigos, familiares e outros que por vezes querem um pouco de mim para depois me esquecerem.

Hoje, e porque foi hoje, duas pessoas com mesma idade, com mesmo nome queriam a minha companhia, um para cumprir fantasias que não compreendo, pois tem namorada, outro porque precisava de um refúgio num passado, que curto e sem compromisso, deixou a saudade e a necessidade de desabafar nem sempre tudo, com uma companheira em casa.

E pergunto-me porquê?????

Gostaria de pensar que gostam e se preocupam comigo, mas eu sei que não. Poderia entrar na paranoia como muita gente tem, de precisar de atenção, carinho e necessitar dessas migalhas que nos são atiradas..mas não entro por aí.

E algo de errado se passa com eles, isso é certo e como mulher fico assim um tanto curiosa para perceber o que realmente se passa com eles...e isso é que é terrível (rssss)

Porque eu...eu continuo cá e quando o relógio voltar contar o tempo que mandei parar dentro de mim a vida vai ter outro sabor.

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Quebrei por dentro...

Acordo todos os dias com a esperança renovada que terei um dia bom, certamente recheado de acontecimentos uns bons outros menos bons, mas que será um dia positivo.

Consigo ultrapassar as minhas dificuldades com um certo sorriso nos lábios porque acredito que só assim vale a pena e não me tenho dado mal com este meu jeito de viver.

Mas não consigo ficar indiferente a gestos, palavras, atitudes que me quebram por dentro pelo jeito como são ditas ou expressas.

E hoje isso aconteceu... com uma pessoa que me é próxima.

É como se me matasse, pois me conhece, sabe que não é com maldade ou displicência que não consigo fazer ou cumprir determinadas coisas...simplesmente pelo muito que tenho em mãos para resolver e muitas vezes a necessidade de definir prioridades, por falta de cooperação dessa mesma pessoa.

Calo-me, não reajo, porque eu sou assim...matuto e vou resolver isto á minha maneira.

A conclusão que chego é que por puro egoísmo, imaturidade acabo por receber aquilo que a outra pessoa nunca conseguirá entender.

Vive-se de imagem, por dizer frases feitas, por usar clichés, um número de manias que nunca conseguirei entender.

Talvez entenda, é que o meu modo de viver e encarar a vida, apesar da minha timidez e certa reserva, não é entendida nem respeitada.

Vou gritar, espernear? Não, isso não faço.

Mas sou livre para quando o entender quebrar eu o elo que me possa ligar a quem não merece que eu o(a) respeite.

A amizade para mim tem um sentido muito especial que eu reservo para um pequeno número de pessoas, especiais, que apesar das diferenças, me esforço por entender, compreender e ajudar quando precisam...e nunca serei capaz de ter gestos, palavras, atitudes sem pensar duas vezes antes de ponderar se estarei ou não a respeitar os meus amigos, sua liberdade.

Custa-me imenso considerar amigo(a) quem olha para mim e não é capaz de ter o mesmo procedimento.

Somos todos diferentes, mas iguais naquilo que realmente importa.

domingo, 14 de outubro de 2007

Na noite...

Vi o desespero...
contido num espaço
confinado numa pista fechada
nos olhares de quem busca o amor.

A música a tocar, corpos a torceram-se
ao ritmo, acompanhados de gritos camuflados de prazer
numa fuga fugaz sem retorno

Olhares na busca de presas frágis
para servirem de ceia e deixar os depojos
espalhados não se sabe muito bem onde e porquê.

Olhares sedentos de um minuto de atenção
deseperados por um momento de carinho
mesmo sabendo que não passa de uma ilusão.

E neste jogo de olhares, onde todos procuram
o desespero procura a satisfação da sua fome
como se disso dependesse o estar vivo.

Na roupa ousada, nas pinturas mais carregadas
pedincha-se a atenção...
Num jeito de macho, perfume acentuado
num olhar sedutor busca-se a satisfação...

E quantos terminaram a noite num choro
num acto falhado?

Talvez poucos...na anestesia do cansaço
da mente turba pelo sono e bebida...
voltam á rotina...

E esperam, num compasso de horas passadas
preparam-se como presas e caçadores
que volte a próxima noite
para representar mais um acto.

quarta-feira, 10 de outubro de 2007

As minhas lutas

Hoje é um daqueles dias que me sinto extremamente exausta.

E quando isso acontece, além do cansaço físico, agrava-se o cansaço mental. Sinto o peso do trabalho, da educação da filha, de problemas que continuo a adiar a sua resolução e isto torna-se uma bomba que vou sempre tentando lidar com pés de lã para que as coisas não se compliquem.

Chego ao limite, em que me apetece deixar cair tudo e como diz o ditado " Quem vier atrás que feche a porta".

Mas sei que não vale a pena entrar por aí, que a solução é respirar fundo e seguir em frente.

A cabeça é bombardeada por perguntas á procura de respostas, num silêncio que me incomoda, é necessidade de expor em voz alta o que me preocupa, que caminhos devo trilhar, que soluções encontrar e apenas posso continuar o desabafo neste mesmo silêncio diário.

Sinto-me sem forças e numa teimosia ,em que não sei em quem confiar, sem ter coragem de contar e na mania que tudo posso resolver sozinha, de que não devo incomodar ninguém, continuo a baixar a guarda por uns momentos para de seguida erguer a cabeça e....

amanhã quando acordar, é só mais um dia para viver...o passado já passou e o futuro não sei qual é.

Num segundo

De repente, num milésimo de segundo
pára o ruído
e sinto uma vontade enorme de desaparecer

De repente, num milésimo de segundo
perco a vontade
e sinto o corpo a estremecer

De repente, num milésimo de segundo
rompe
e as lágrimas teimam em desabar

E num milésimo de segundo
sinto a tua falta
a falta de quem nunca está presente
pois não sei onde andas

E num milésimo de segundo
é como estivesse numa ilha solitária
sem ter sequer o vento por companhia

E num milésimo de segundo
queria morrer
pois de repente fiquei só.

sábado, 6 de outubro de 2007

Sobre o amor...

...e como amar...

O amor é um sentimento que está sempre presente nas nossas vidas...por nós próprios, pela família, pelos amigos e pelos filhos...e pelos desconhecidos...

Sim, o facto de respeitar o desconhecido e a sua liberdade é um gesto de amor.

Agora amar o outro.....hummmm

A entrega total de nós próprios ao outro é uma questão, que independente do credo, cor ou país irá sempre gerar confusões, discussões, dor de cabeça e qualquer outra coisa que se possam lembrar.

Isso deu-me sempre o que pensar, talvez pelo prisma com que vejo esta questão.

Gosto de observar o que se passa ao meu redor e tento não deparar só com histórias tristes, mas com casos reais de sintonia e próximos de real felicidade entre duas pessoas.

O ser humano tem necessidade de ser amado e somos, desde que nascemos, bombardeados com modelos, normas e regras até neste campo.

Eu própria sofri na pele um pouco deste emaranhado de modelos e aspirações e reconheço que aquilo que sinto e como vejo as coisas foi por passar pelo mesmo e hoje olhar com muito realismo para estas coisas do coração.

Não que tivesse de deixar de sonhar em encontrar o meu amor, a minha paixão, aquele que me há-de complementar (serei eternamente romântica).

Isso nunca...mas olho para isso com muita simplicidade e onde estão outros sentimentos envolvidos.

Ou seja, a minha forma de amar é de entrega total sem nunca manipular o outro, respeitar o seu espaço, sua automonia e a postura do outro deve ser igual.

Não me vejo a amar alguém que não respeite o meu trabalho, manipule como visto ou arranjo o cabelo, controle os amigos ou me tente moldar para ser mais parecido com isto ou aquilo.

Não sou de amar pela negação do meu eu, para já tenho muitas dificuldade em lidar com o que pareça com conformismo ou resignação.

Mesmo que isso um dia me aconteça, amar alguém assim, só tenho uma coisa a fazer...me afastar e refazer a minha vida.

Só assim é possível ser feliz, partilhar das maravilhas a dois...

Enquanto isso não me acontece, prefiro estar só e partilhar as pequenas maravilhas da vida com aquilo que ela nos oferece e agradecer a Deus tal acontecimento.

Aprendi que o primeiro passo é gostar muito de mim, reconhecer o meu valor e saber que mereço o melhor... e quando alguém aparecer tem de me amar pelo que sou e não por aquilo que espera que eu seja, porque certamente essa não sou eu...mas um modelo, alguém que essa pessoa sonhou ou deseja...um egoista, dirão...

Amar é absorvente, intoxicante...mas até aqui temos que ter os pés assentes em terra.

Meu avô já dizia, paixão é fogo que se apaga...tem que ficar o amor, o carinho, a ternura , a cumplicidade e gostar do outro como gostamos de nós próprios...

Nesse dia estamos amar e a construir a nossa felicidade.

Porque o amor é o sentimento mais simples do mundo.

Ausência

Pelo fim começa
o que de início não acaba
apenas desperta

Satisfação insatisfeita
de que satisfação prometia

No toque leve
que de tão pesado me derrubou
me deixou prostada sem senão

O beijo que prometia ser devastador
se tornou morno e ausente de tesão
que nem no nu se cobriu

O grito que queria se soltar
contorcido num espamo
tempestade desfeita no ar

Volto ao príncipio e
me encosto a ti
que prometias a satisfação
e nem a razão encontro onde o coração não fala

O fim onde tudo começa
Acaba o que nem sequer aconteceu.

A minha amiga

Voltaste há pouco tempo
como prometeste
para me sacudir esta dor

Dor marcada, presente
pela minha incapacidade
de perceber

Pela minha incapacidade
de dizer não
de me lembrar de mim

Olá Revolta

Eu sei, eu sei...
não aprendo, não é?
Quantas vezes mais?
Porquê sempre esta dor?

Ambas sabemos a razão...
Falta apenas eu reconhecer
em voz alta...mas eu não quero

Que todo mundo saiba
que sofro por amar...por desejar
e que este meu mendigar
acto isolado, segredo a guardar...
não me permite sonhar...

E sabes como eu sou...
se não posso sonhar..não vivo
não existo, deambulo por estes caminhos
recolhidos na minha dor.

E Tu, insistes, dizes, sem parar...
"já chega, já chega,
não me vou embora enquanto não estiveres em paz"

E então...sorrio
perante esta dor...que não tem razão
Porque posso sonhar sem amar
e posso amar sem me amarem...

O mar

Sentada na areia deserta
com as gaivotas como companhia
fecho os olhos e
inspiro este cheiro a maresia

Penso que a vida
deveria ser assim, amena,
como neste cenário que me é oferecido

Mas este meu refugio
é sempre especial
sereno e um lugar mágico

O corpo relaxa
a alma acalma
e num instante encontro a felicidade

Porque me sinto tão bem de repente
quando há uns segundos atrás
tudo era confuso, sem nexo?

Basta olhar minha volta
e reconheço a simplicidade
a origem das coisas

E assim parto, com promesso de cá voltar
com a lição de humildade que colhi
mas ondas do mar, do seu som suave

No voo das gaivotas, calmo mas atento
na areia que correu nos meus dedos
lembrando que tudo é efémero

Com o vento sussurando
"Vai em paz"

sexta-feira, 5 de outubro de 2007

Despertar

Junto as palavras,
na procura do saber
no norte para me encontrar
engano meu?

A para Amar
B para Beijo
C para Carinho
D para desejo
E para encontro
F para Felicidade
e por aí fora...

Não procuro o lado negro
Apenas as que me mostram a luz
que me façam sorrir


E na busca incessante
do querer ter, no conseguir
abro a janela para a vida
nesta vontade de viver

O dia esta a amanhecer
sinto o frio da madrugada
e no silêncio que me rodeia
descubro o sorriso no meu olhar.