segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Um estado de espírito

Bem, hoje é o dia que é, que já enjoa de tanto ouvir falar.

Mas o que me traz aqui hoje, é um estado de espírito irrequieto, ansioso, esperançoso.

Neste tempo de crise, quem não tem os seus problemas de pouco cash, pois também eu e para ser sincera também disso já estou farta, e por disto estar farta, vai fazer um ano tomei uma decisão, que me custou dinheiro mas que vai ter o seu retorno.

Cansei de ter uma actividade que nos últimos anos só me tem trazido problemas, financeiro, de saúde, emocionais. Pensei, " STOP, chega, enough is enough, basta. Vou tratar minha vida, fazer o que gosto e assim ganhar dinheiro"

Assim pensei, assim fiz. (Mas os mesmos velhos problemas lá continuaram, mas mantive-os num mundo á parte), pelo menos durante este último mês.

Tirei o curso de Auxiliar de Geriatria, para quem não sabe Cuidadora de Idoso, fiz o estagio de um mês na TrofaSenior Residencias e aí sim senti-me como peixe na água.

Não só pelo trabalho físico, contrário ao sedentário que tenho, mas também pela relação de socialização e partilha com pessoas que de nós precisam, umas conseguindo verbalizar os seus pensamentos, mais ou menos lineares, outras apenas pelo seu olhar, gestos ou sorrisos.

Pela primeira vez, senti que estava a fazer algo que diz comigo, com a minha maneira de ser, com a minha natureza. E senti felicidade, paz, harmonia, complementariedade como há muito não sentia. Satisfação.

Sem querer, entrava lá e a minha alma sorria, a boa disposição imponha-se e sem querer contagiava as pessoas á minha volta. Foi bom saber que pude contribuir para a felicidade de outros.

E então, está decidido, passa para segundo plano, tipo part-time esta minha actividade actual e definitivamente vou abraçar este novo rumo que tracei para a minha vida.

Claro, que agora tenho que por os pés a caminho, cujo objectivo a partir de hoje arranca, sem mais demora.

Até novas notícias....

E para quem tem os seus amore,. Feliz Dia de São Valentim...

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Nem sempre...nem nunca

Quase um ano em que retive as palavras, os pensamentos, os sentimentos para mim.

Nadaram, passearam, vagueram num emaranhado de suspense á procura de uma saída. Não consegui saída nenhuma.
Não houve perguntas, não houve respostas. Não houve respostas para perguntas.

Apenas pirilampos á roda de uma lâmpada para ver quem desaparecia primeiro.

Os amigos contam-se só numa das mãos, conhecidos muitos.

A família está lá, uma vezes presente, outras ausente. Conforme eu apareço.

É precisamente isso...a minha amiga revolta voltou para me fazer lembrar, estremecer, acordar. Estava tão bem quieta, controlada, esquecida, mas voltou com toda a força.

Devido a quê? Bem isso é um pouco estranho, mas talvez pelo desapaixonamento ( se é que essa palavra existe) que se tornou minha vida.

Cansou-se desta irritante passagem, de deixar levar a vida onde nada acontece, da filosofia de um dia de cada vez, quando tudo se junta para me complicar a vida.

Ela quer sonhar, quer ter, quer ser alguma coisa para alguma coisa, sem pego ou treta da merda.

Ufa...chega para que amanhã haja mais qualquer coisa

Até já...

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

No canto de um papel qualquer...

" No canto de um papel qualquer

desenho o nu despido de pudor

na timidez de um sonho descoberto

privo da tua ausência

inquieta pelo frio de uma janela que fica aberta.



Na sombra destas linhas

Não consigo esquecer esta tristeza

que me segue nos trilhos que compasso

na música da vida.



E pela tua ausência

da qual nem conheces ou tiveste por tua

Choro sem angústia, sem sentimento

e seco estas lágrimas ausentes de dor



Neste canto só meu, triângulo em branco

numa inquietude sem linhas travessas

Escrevo páginas em branco

Em espaços cheios de nada."



Joana C - No canto de um papel qualquer
--

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Cabelos e barbas...

Gostaria de partilhar uma análise que este fim-de-semana saiu no Expresso, Massa Crítica, escrita pelo seu autor Luis Marques, pela sua sagacidade e sentido crítico único sobre a postura de quem na justiça deveria ter um papel ponderante e responsável para com os comuns dos mortais:

" Há umas semanas atrás, o procurador -geral da República afirmou estar farto "até aos cabelos" do caso Freeport. Como já ninguém se importa com nada, a coisa passou. A verdade é que, talvez por respeito aos cabelos de Pinto Moreira, o caso Freeport tem andado desaparecido. Não se sabe se isso acontece por boas ou más razões.

É curioso que o procurador esteja "farto" deste caso, sobre o qual, aliás, a Procuradoria consegue ser quase tão rápida a fazer desmentidos como os jornais a publicar notícias. Aparentemente, muitos outros processos, igualmente importantes e graves, não têm igual influência no problema capilar de Pinto Monteiro.

É provável que os portugueses, pelo menos alguns, estejam convencidos que o papel do procurador não é ficar "farto" dos processos, mas tratar deles. De preferência em silêncio. Era suposto até que, ao fazê-lo, Pinto Monteiro nos ajudasse a ficar menos "fartos até à raiz dos cabelos" da justiça que temos. Na realidade, se alguém pode e deve estar "farto" são os portugueses, não o procurador.

Os portugueses estão fartos que a investigação criminal tenha uma estranha sensibilidade para a gestão política das iniciativas que toma. Como agora, uma vez mais ficou provado, no caso dos submarinos, com buscas efectuadas estrategicamente um dia depois das eleições legislativas e não antes. Como já tinha acontecido nos casos Freeport e "Cova da Beira".

Estão fartos que um processo tão grave como a chamada "Operação Furacão" , que envolve algumas das maiores empresas portuguesas, continue a arrastar-se interminavelmente, sem fim à vista, ultrapassando todos os prazos que o próprio Ministério Público tinha fixado como razoáveis.

Estão fartos que alguns processos fiquem esquecidos nas gavetas, sabe-se lá de quem, como é, por exemplo, o processo de investigação, à Câmara de Amadora, onde, ao que parece, terão ocorridos factos extraordinários, como a não constituição de arguidos pedida pela Polícia Judiciária.

É de tudo isto, e muito mais, que Pinto Monteiro devia estar farto. Tão farto como estão os portugueses. Só que os portugueses nada podem fazer, a não ser assistir impotentes a este espectáculo de uma justiça incapaz, dotada de dois pesos e duas medidas, reverente perante o poder mas implacável com os humildes.

O procurador está preocupado com os seus cabelos. Na realidade o que devia é estar preocupado com as barbas deste velho país de 800 anos. Estão a começar a arder e alguém as devia pôr de molho"

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Nem sempre entendo...

Confesso que ás vezes fico muito, mas muito confusa. E me questiono porquê.

Penso que será pela minha maneira de ser, da forma que vejo o mundo e do eterno exercício que faço, não para ser mais um na fila da vida, mas pelo menos poder escolher o meu caminho.

Não consigo me imaginar a entrar numa luta sobrehumana de lutar contra tudos e contra todos, mas no benefício de todos, haver um espaço em que encaixe na engrenagem.

Alguns esperam que entendamos as coisas por meias palavras, outros no silêncio como se o exercício de telepatia fosse real, outros fazem tanto ruído que ainda ficamos pior.

E fico um tanto ou quanto na corda bamba quando percebo que não deixamos de ter a nossa natureza animal bem mais vincada, apenas disfarçada pelos neurónios que circulam no nosso cérebro.

Definitivamente não tenho natureza de predadora, mas muitas vezes não consigo deixar-me de sentir como bicho para ser alimento de outros. Lobos com peles de carneiro, vestidos com as suas melhores vestes de inteligência, vaidade, de uma compreensão disfarçada e momentânea.

Não estou a apontar o dedo a ninguém, nem a colocar-me no papel de vítima. Pois tenho consciência de que quando isso acontece me deixo ir, se mais não for para ver até onde vai a capacidade humana e medir os meus próprios limites.

O que quero dizer é que não consigo usar de subterfúgios e é confrontando esta minha maneira de ser despida de intenções ou mentiras que me encontro em frente de personalidades múltiplas, mas que somando as partes o resultado é sempre o mesmo.

Fico desapontada pois não encontro quem me surpreenda.

Bem, mas a esperança é última a morrer e quem sabe haverá ainda alguma surpresa reservada para mim...

Com diz Pedra Abrunhosa " Perdeste comigo, porque o mundo é um momento" e muita gente tenta agarrar-se a momentos que depois o resultado é sempre o mesmo... um imenso vazio porque faltou algo mais.

E nem sempre entendo porque continuam as pessoas a enganarem-se a si próprias.

Alguém me sabe responder?

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

A minha família

Hoje é mais um dia de muitos...

Junto com o luto deste fim-de-semana, a minha sobrinha Maria João fez no sábado dois aninhos.

A nossa coqueluche da família, com quem, eu e minha filha, passamos as férias em S.Martinho do Porto, juntamente com seus pais.

É idade do querer, de testar os pais, de descoberta das pequenas coisas vistas pelos seus olhos de cor quase pretos, de tão castanho escuros que são.

Descobrimos que não gosta que se cante os parabéns, pois temos por hábito apagar as luzes e ela não gosta. Cantamos a partir de agora com luzes acesas.

Não tem problemas em comer pois topa a quase tudo. É um regalo ve-la a comer. Já se vai fazendo entender, arranhando algumas palavras e quando sorri, tem sempre um ar maroto.

A minha mana Sameiro, fez no Domingo, 35 anos. Mais uma festa de aniversário em dois dias.

É a mais meiga de nós e também muito determinada. Foi a mana que veio com 3 meses da Alemanha, a quem ajudei muitas vezes a minha mãe nas tarefas de cuidados a esta bébé.

A família cresce, amadurece, outros envelhecem, tivemos a sorte de os meus cunhados facilmente de identificarem com a nossa maneira de ser e de estar, excepto o meu ex-marido, e revejo nesta familia aquela transmissão de testemunho herdado pelos meus avós paternos.

Tivemos a sorte de a minha mãe sempre achar que a família do meu pai era mais sensata e equilibrada e o que a movida eram sentimentos bem mais nobres, em que o dinheiro, embora importante, nunca foi a razão de existência e da procura da felicidade.

Será a idade, atropelos da memória?

Não é. Apenas o que sinto. A cada dia, que passa que as raízes ficaram bem profundas neste mundo só nosso. A minha família.

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

As minhas lágrimas são para ti

Esperança era o seu nome...um nome que povoa a minha infância e juventude.

Esperança foi alguém que criou os seus 4 filhos homens quase sozinha porque o marido esteve emigrado na Alemanha. Marido este que foi meu padrinho de baptismo, Adriano, pois estava na minha vida quando nasci, na Alemanha.

Esperança que andou de luto mais de duas dezenas de anos pois o seu filho primogénito morre aos 21 anos.

Esperança que deu o corpo e alma na ajuda aos filhos, as vezes condenada por um outro filho, por simples inveja ou incompreensão, pelo que move o coração de uma mãe.

Esperança que era a mais parecida com a minha avó paterna, Joana, também ela minha madrinha, cuja imagem da infância me ficou o seu rosto marcado pela doença mas sempre com um sorriso e com palavras de carinho á mistura.

Esperança a filha mais velha das raparigas do meu avô paterno, Manuel, o meu anjo, o meu padrinho(pois tinha 2 padrinhos de baptismo), aquela pessoa que tem a minha eterna saudade, por quem choro ainda hoje.

Tia Esperança, sabes onde guardo o meu mundo de fantasia e alegrias?

No mundo que os meus avós, os meus tios, os meus primos estavamos todos juntos, nas férias, nos fins-de-semana, no Natal, que saudades dos nossos natais, nas brincadeiras, nas risotas, nas histórias da vossa própria infância contadas algumas pelos teus lábios, nas músicas que cantavamos, nos jogos que partilhavamos.

E é esta riqueza de valores, de sentimentos, de identidade que me mantem una e forte, que é muitas vezes as setas dos caminhos por onde sei que devo seguir.

O tio Adriano, que muitas coisas me ensinou foi o primeiro a partir, também de repente apanhando-nos de surpresa, agora juntas-te a ele, onde ja pedias há muito para ir.

As minhas lágrimas são para ti...porque partes.

As minhas memórias contigo ficam guardadas onde só haverá sorriros e muito amor.

Dá um beijo ao tio por mim...