sábado, 29 de dezembro de 2007

Em jeito de...

O tempo passa com uma velocidade, muitas vezes dá-me a sensação de ser muito superior ao da luz. 12 meses tornam-se numa fracção de segundos quando tento recordar ou fazer um balanço sobre o que para trás ficou.

Tento recordar o que de bom aconteceu, já que as dificuldades estão sempre presentes. Daquilo que me incubi de realizar em 2007 consegui 50%, o que comparado com anos anteriores já é um feito.

Reconheço que a minha sala pessoal de troféus vai-se compondo e orgulho-me dessas conquistas, os obstáculos ultrapassados tornam-se pequenas miragens que acabo por me esquecer destes.

E apesar dos desafios que vão forçosamente surgir e muitas vezes sentir que não vou ter capacidade ou forças para os enfrentar, o certo é que não consigo baixar os braços ou desistir e de cabeça erguida vou dizer " Venham eles".

O que me espera em 2008?

Certamente concordam que ninguém sabe e sendo esse o meu ponto de partida, já com algumas certezas (vou ter minha própria casa, o negócio sairá reforçado do esforço deste ano, pessoalmente tornei-me mais forte como pessoa, o papel de mãe esse está sempre de pé, como uma formiga com antenas levantadas sempre atenta), continuar a fazer o que sei, como o sei e nesse percurso estar com meus horizontes sempre para além do infinito para aprender o que ainda não sei.

E quem sabe se será daqui a um ano que estarei a festejar a passagem de ano de 2008 para 2009 na Ilha da Madeira, uma promessa feita a mim própria e que tem sido adiada por diversas razões.

A todos que me são queridos desejo um Feliz Ano Novo inundado de saúde, felicidade, segurança e muito amor.

E os que por acaso lerem estas simples palavras, os meus votos de um Bom Ano sinceros e do fundo do coração.

Bem hajam.

sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

Memórias

Esta época não deixa de ser de procurar na minha memórias, memórias de outros tempos.

Pessoas, acontecimentos, que numa reciclagem temporal, nos surpreendem pela sua ocorrência em tempo real.

Ontem, num jantar de Natal de uma companhia de seguros, vivi várias emoções pelas razões mais simples apenas porque o reencontro com velhos conhecidos tornou essa noite especial.

Um casal de conterrâneos da terra dos meus pais, onde na minha adolescência e juventude, fizemos parte do mesmo grupo de jovens onde cantavamos na Igreja, participavamos em festivais de música.

Descobri que na mesma mesa e nessa mesma companhia tenho uma prima em segundo grau, do lado paterno, onde revi apesar de ela não se lembrar de mim, com a sua bébé de 3 meses.

Reencontrei o meu ex-patrão, Engº Peixoto, da OPS, com quem trabalhei uns 12 anos e outras pessoas com as quais me relacionei profissionalmente.

Foi bom...mesmo uma surpresa boa

segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Um olhar, uma lágrima

Sim...

Apenas um rosto, inocente, na assimilação do que é novo, nas sensações que começa a reter e a experimentar o seu gosto.

Agarrada nos braços do seu pai, reflecte a felicidade de quem não sabe ainda o que é a maldade.

Olhos abertos pelo espanto, pela alegria num extâse de brincadeira.

E num simples olhar meu, retive esta sensação maravilhosa de redescobrir no rosto de uma criança, a beleza da simplicidade que faz rebater para bem longe tudo o que é menos bom.

Num carrocel, onde minha filha, se maravilhava com a sensação de liberdade e de brincadeira, deparei com uma bébé, linda como todos os bébés do mundo, em que nos seus olhos vi aquela alegria de quem está a descobrir algo novo na segurança do colo do seu pai.

E por uns momentos o tempo pára e vêm-me as lágrimas aos olhos por este acontecimento, simples e tão forte de sensações, por olhar apenas um rosto.

Perante as questões que me assaltam a existência, que me fazem duvidar, bastou este rosto, no meio de tantas outras crianças, para me lembrar, mais uma vez, como é bom estar viva e assistir às belezas que se cruzam no meu caminho.

Pelo brilho daquele olhar, uma lágrima de felicidade...

sábado, 8 de dezembro de 2007

O teatro da vida...

Questiono algumas vezes se é o teatro da vida ou se a vida é um teatro. Neste jogar de palavras apenas reflicto e transporto do meu dia a dia uma série de acontecimentos em que algumas vezes, não, minto, muitas vezes me posiciono no papel de espectadora.

Apesar de ser uma personagem presente, coloco-me no papel de um aparente observador em que aparentemente me deixo manipular pelas situações. Comodismo, "sacudir água do capote"?

Não, nada disso. Apenas é uma forma de observar as personagens das várias histórias que ocorrem de frente aos meus olhos e perceber o que as move, o que me escondem, até que ponto estão dispostos a serem protagonistas.

Até num simples click de uma mensagem que chega por sms, palavras trocadas num mensager, num cumprimento, num cruzar de olhares, palavras são transcritas e processadas para que uma pequena novela se faça.

Num livro, num argumento, por norma, é apresentado de uma forma suscinta ou exaustiva (dependendo do seu autor) o situar de personagens, local, descrições em que nos colocam no tempo.

E o teatro da vida também têm destas coisas, camufladas na rotina, no tempo em que nos movimentamos e aparentemente a história é simples, faz-nos transpor para uma pacata vila, em que todo o mundo conhece todo o mundo e assim gira a vida neste teatro.

Mas volta e meia, algo vem alterar este aparente sossego, cria-se o suspense, surge o enredo atrelado á confusão, em que nenhuma personagem sabe nada, mas alguém sabe tudo e assim nasce a pequena novela que faz as delícias de quem gosta alimentar as fofoquices.

E aí acontece o drama, a comédia,num ajuste de contas que não tem necessáriamente de acontecer, mas ficamos no fim da histórias ou histórias, sem actores principais e ficam apenas os figurantes em busca de novos papéis, novas histórias para se tornarem actores principais.

Apenas pergunto, na história que neste momento decorre em frente meus olhos, quando chegará o seu fim, quando poderei deixar este teatro?

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

A chuva...

Cai numa teimosia constante
De quem sabe perfeitamente o seu papel
Com o favor de uns e o contra de outros
mas simplesmente não quer saber

Chateia a sua cadência e o frio que lhe faz companhia
sentimos os ossos a queixarem-se, rangerem não de dor
mas de aborrecidos com tamanho incómodo
pés frios e húmidos pela calçada encharcada

Corro sem guarda-chuva neste cenário cinzento
procuro os beirais para me abrigar
fugindo dos pingos que caiem lá do alto
mas nem de todos escapo

Chego a casa, sacudo o corpo
um novo agasalho é agarrado,
acendo a lareira e aí sinto a satisfação
por neste dia a chuva me ter visitado.

Não é o paraíso...mas a sensação está perto
e por uns momentos é bom fechar os olhos
sentir o aconchego do calor das chamas.