domingo, 30 de setembro de 2007

"Parem"

Tomou conta de mim
esta inércia
Sinto a cabeça a latejar
na iminência de um explosão

De palavras, pensamentos
que não consigo verbalizar
Como se todas as palavras
tivessem urgência em sair ao mesmo tempo

Não consigo ordenar que parem
o corpo sente o peso do conflito
"Parem", grito
mas é um esforço em vão

Tento me alhear, ignorar
adiar para outra hora, dia
Mas choro de impotência
face a tamanha gritaria

Ai como me apetecesse dopar
a turbilhão da confusão
Que me não dá sossego
levitar para bem longe

Rendo-me na resignação
que me revolta a alma
Limito-me a fechar os olhos
nas lágrimas que traem o meu pranto.

sábado, 29 de setembro de 2007

Assim foi...

" De hoje em diante vou modificar
O meu modo de vida
Naquele instante que você partiu
Destruiu nosso amor
Agora não vou mais chorar
Cansei de esperar, de esperar enfim
E pra começar só vou gostar
De quem gosta mim.

Não quero com isso dizer que o amor
Não é bom sentimento
A vida é tão bela quando a gente ama
Tem um amor
Por isso é que eu vou mudar

Não quero ficar
Chorando até ao fim
E pra não chorar
Eu só vou gostar de quem gosta de mim

Não vai ser fácil, eu bem sei
Eu já procurei, não encontrei meu bem
A vida é assim, eu falo por mim
Pois eu vivo sem ninguém."

Caetano Veloso "Só vou gostar de quem gosta de mim"

Olá..

Sim estou aqui, sou eu a "estranha"

Não estranhando o que descobres em mim

Para ti, sou um livro aberto

Um pouco esquecido, na prateleira da memória

Guardado no intímo de mim, com doces lembranças

Porque acho que ainda te amo...longe de mim

mas sempre perto

Passado a recolher os trapos de mim que ficaram

conheces-me como mais ninguém conhece

Que saudades tenho da ternura que por ti senti e demonstrei

Fechei o coração a sete chaves desde que partiste

E acho que perdi as chaves, pois ainda ninguém conseguiu abrir a porta.

Partiste e já fizeste novas conquistas, novas paixões.

Eu tb cruzei-me com algumas conquistas não paixões...

Estou á espera...não de ti

Mas de alguém que um dia

Me faça voltar acreditar no amor

Contradições

Voltaste

De mansinho, bem camuflada
pudera, só lagarto de sangue frio
ficaria indiferente...

Bates de leve como uma pena
e contas os segundos, os dias
para marcares tua presença.

Sinto o sangue acelerar,
a respiração a ficar agitada
as palavras a atropelarem minha boca

Sim, é este efeito que tens em mim

Empurras minha vontade contra as certezas
O meu desejo reténs numa esfera sem luz
e fazes eu tropeçar nos meus próprios passos

Pensei que já tinhamos feito as despedidas
mas enganei-me, mais uma vez

Voltaste para me dizeres que estava errada
que não é isso que eu quero

Não me mantenhas refém
Liberta-me, solta-me

Deixa-me cair, me magoar
Que importa?

Me disseram á muito tempo atrás para te combater...
mas acho que perdi a luta
apesar de ter dado a vitória como certa

Vou escutar-te mais uma vez
Vou deixar-te embrenhar em mim
E veremos que pedaços de mim
Irei deixar para trás....

Negação do não querer

Perco a capacidade de compreensão,
nesta confusão de sentimentos,
de gestos que me fazem.

Não tenho bola de cristal
fico com a dor instalada
pelo nada que me trazem

Porque perdeis tempo
Me procurando
Me desejando?

Escolheis as palavras
numa falsidade pretensiosa
á espera que eu coloque a minha cabeça
num cepo para ser cortada?

Rasgo a minha camisa
e olho ao espelho
apenas vejo a dor mirrada
numa espera desencontrada

Ironias deslumbram-se
na negação do não querer
no despeito dum ego cruel

E paro o tempo
na contemplação desta dor
o pensamento perde-se nas memórias

Nem boas nem más
somente o vazio
e aguardo a solução como passo de magia

Rio de mim própria
sacudo o meu corpo como uma toalha
e faço um embrulho desse emaranhado
que deposito no fundo de mim

Abro os olhos e parto
para bem longe de vós

Não espereis por mim
deixem a minha dor na vossa caixa de correio
sem remetente e sem volta de resposta.

quarta-feira, 26 de setembro de 2007

Novo rebento...

Hoje nasceu a Maria João...

A filha da minha irmã caçula, mais uma rapariga para o clã...um dia destes está o pessoal a fazer apostas para ver quem vai ter um herdeiro macho (risos).

Da minha parte não pretendo entrar na corrida...adoro crianças e então os bebés são uma delícia, mas já não tenho paciência para criar outra criança.

Quem tarde começa acaba por ter estes contratempos....

É certo que, aqui a tia tem sempre as portas abertas para as acolher e se for necessário para dar descanso aos respectivos pais.

No fundo, também são as minhas crianças...

terça-feira, 25 de setembro de 2007

Elba Ramalho

Amplidão

"Deixa eu te guardar a casa é sua
Faz em mim teu lar, me reconstrua
Queira me habitar onde eu me escondo
Faz deste lugar só seu no mundo

Eu quero ser onde você sossega a alma
E chora e ri e encontra a calma pra sonhar sem dormir
Vem acender as luzes que iluminam o meu coração
Vem ter comigo sua parte da amplidão
De minha parte eu estou aqui."

Uma bonita canção de amor...

O meu refugio...

A solidão é minha companheira
na volta do mundo
completa á volta da terra
me faz companhia.

Mesmo envolta do ruído
embrenhada na multidão
Ela lá está, a minha solidão.

É a minha casa
O meu refúgio
Longe de tudo, afastada de todos.

Meu mundo
Onde me reconheço
Onde a chamo por TU

É onde me encontro,
me reconheço
o lugar onde posso ser eu

Sem máscaras
Onde o meu nú é simples
e claro como a água limpida do rio

Onde torno o vazio em sentimento
A tristeza dá lugar á alegria
e onde encontro a minha felicidade

Aqui não espero nada
não me exigem nada

Apenas conto comigo.
O meu lar.

segunda-feira, 24 de setembro de 2007

O sol

continua a sorrir
tem reticências em nos deixar
teima em aquecer o meu espaço

agradeço o seu gesto
faz-me sentir uma alegria
uma disposição única

o outono espreita a sua oportunidade
para nos brindar com o entardecer
num espectáculo de cores quentes

A lua aproveita o céu limpido
para brilhar numa beleza única
acompanhada das suas amigas estrelas

E eu ?
Fecho os olhos na noite
e retenho as memórias deste mundo único
onde passeio sem pressas e sem medos

Sentir a vida que me rodeia
e agradecer a Deus
pela Mãe Natureza que nos envolve
neste manto esplendoroso

sexta-feira, 21 de setembro de 2007

No espaço que é meu...

Permito que me partilhes
nem sempre de acordo com minha vontade
mas com minha permissão

Divago no sentimento
que não deixas aflorar
embora um dia o tenhas desejado

Para fugir ou encobrir
uma natureza que com uma estranha
sempre é mais simples não estranhar

Rio no meu íntimo
pela infantilidade desperta
disfarçada numa maturidade inexistente

Simples experiência
uso de fantasias
ausência de corpo

Que sabor fica?
Para mim nenhum
Apenas o facto de ter o acto

Pura fantasia
puro vazio
que se perde no silêncio
pela ausência de palavras e sentimentos

Uma merda....

quinta-feira, 20 de setembro de 2007

O regresso...

Com ou sem depressão pós férias, o inicio do mês e regresso de férias tem sido uma correria...como é sempre a minha vida...

A filhota inicia a primária, horários a ajustar, novas rotinas a implementar, um sem número de compromissos devido ao trabalho que só hoje, aproveito um pouco desta pausa de almoço para escrever alguma coisita com um café acabado de fazer...

Apesar disto tudo, estou serena e calma como há muito tempo não me sentia.

E não é homem nenhum responsável por isso. (risos)

As férias ajudaram muito ao descanso que precisava, a pausa no tempo para ajudar a engrenar algumas coisas no seu lugar.

Continuo a dizer, que pode não ser por saber muito bem aquilo que quero, mas por aquilo que sei que não quero.

A vida é uma incógnita como uma caixinha cheia de surpresas e gosto de deixar sempre em aberto o que me rodeia, as oportunidades que vão aparecendo para tirar o melhor partido de tudo. Claro sempre com o meu jeito ponderado e sensato, segundo meus amigos dizem.

Está chegar momento voltar ao trabalho, ir para a rua visitar clientes, tratar coisas nas seguradoras e facturar.