sábado, 28 de julho de 2007

Hoje...28 de Julho

Faz hoje 17 anos que como qualquer jovem, estava a celebrar o meu casamento, confiante que a minha felicidade estava ali ao lado daquele que escolhi.

Fez 4 anos que me separei dele porque afinal perdi a felicidade de uma vida a dois num percurso de 13 anos de casamento, por erros de nós os dois...

Porque é verdade, a culpa nunca é de uma só parte é das duas, ou porque um deixou de lutar ou porque o outro deixou rolar, enfim, os dois acabam por deixar de continuar a lutar por aquilo que um dia os uniu.

Se sinto saudades? Não. Tentei aprender com essa experiência e com a filhota que tivemos, continuar a levar uma vida em que o pai para ela continue a estar pressente, mas mantendo a minha independência e autonomia.

Dizem que o que não nos mata, nos torna mais fortes e eu acredito que sim.

Perdi a esperança, perdi o amor nesses 13 anos...e por isso tive que deixar para trás esse passado.

Arrependida? Não se trata de arrependimento. Fazemos opções ao longo da nossa vida e assim vai continuar a ser.

Somos aquilo que somos por aquilo que escolhemos, optamos e seguimos em frente...


É certo, uma vez calha bem outras nem por isso, mas desde que sinta bem viva a chama de viver, do querer, do lutar...estou em campo para ir em frente e marcar muitos golos.....

Trapos de mim

Perdidos no espaço concreto
desfeitos em fios leves
que se cruzam nas correntes
dos ventos que espreitam nas esquinas.

Trapos de mim...
que vagueiam na estrada sem trilhos,
sem sinais, sem lógica,
atordoados, emaranhados,
que nem os nós se dão ao trabalho de desfazer.

Trapos de mim...
que nem os sem-abrigo apanham da rua
porque se escapam dos seus dedos,
pois trapos de mim
que não aquecem,
que não aconchegam,

apenas trapos de mim....

Para quê?

Para quê lutar contra
Quando estou longe
Se quando estou perto perco a batalha?

Chego ao meu porto
E só quando encontro o teu barco
Sinto a maresia a serenar e
Só quero me deixar embalar.

Tudo deixa de existir,
E apesar das lembranças
Da saudade que não se vai
O pouco que tenho faz-me sentir...

Desculpa a minha dor
-forasteira e adúltera-
Deixa-me respirar o ar que tenho
Pois quero contigo apaziguar...

Lembraste de dizer o medo que sinto de me embrenhar na solidão?

Pergunto-me se este meu mendigar será o meu inferno e o único refúgio que me resta?

O passado que ficou para trás...

Sinto-me de forças esgotadas,
o corpo pesa-me, preciso de calma,
de um descanso da luta.

Sinto a ferida aberta,
dilacerada, teimando em sangrar.
A cabeça cai sobre o meu colo e
como criança
Choro o que não entendo.

Esforço em cada dia que acordo,
teimar em acordar e aceitar
o que a luz do sol me traz,
mas fico ofuscada.

Sim, ofuscada na pequenina dor
que perdura, que quer ficar marcada.
Não quer que eu esqueça, mas também não quer lembrar.

Os cantos que cantei com força,
as palavras que com melodia escrevi,
as vivências que brilharam na minha mente,
mas que...

Como cartas rasgadas, prendas devolvidas,
flores que murcharam,
apenas fica a imensa dor...

Que não me larga,
que quer ser minha companheira, a minha sombra.

Para não esquecer o que prevalece
em qualquer história de amor.

São trapos de mim

sexta-feira, 27 de julho de 2007

Os dias...

negros estao mais cinzentos...com o aproximar das férias espero ir acalmando para descomprimir e ver com mais clareza decisões que necessitam ser ponderadas e tomar posição...
Já me chegam as surpresas que até agora têm aparecido.

É dose quando o trabalho nos dá assim a volta á cabeça...contigências de quem tem que gerir um negócio...

O resto está tudo calmo...calmo de mais...rsss...

Vou contando com os fins de semana para agitar um pouco, mais que não seja o capacete, como diz a malta e tentar aproveitar o sol para aquecer os ossinhos....

terça-feira, 10 de julho de 2007

Hoje, se fosse pintor pintava tudo de preto.

Isentava o mundo de cor e faria um buraco no universo para afundar tudo...

Faria os vulcões explodirem, não lava, mas lama, pois se o destino põe e dispõe ou quem está lá em cima, porque tudo tem de acontecer de uma só vez?

Raios, quando é que a terra coordena o seu espaço com a lua?

segunda-feira, 9 de julho de 2007

Ufa...

A segunda-feira está quase a acabar e eu atolhada de papéis, n de coisas para resolver e o tempo não me chega para nada.

A semana promete, muita correria...o que vale o fim de semana fez-me recuperar o folego e sem me lembrar da agenda, mas lembrando, organizei mentalmente as coisas e penso que a bateria dará para uma semana.

Até meu professor de natação achou que eu estava com mais energia, pois na quinta feira passada eu não nadei, bati na água, não conseguia coordenar respiração perante a carga de nervos que trazia...(a água foi o meu saco de boxe).

Mas de qualquer maneira, lá tenho que arregaçar as mangas e voltar á carga em todos os sentidos, filhota, trabalho e casa.

Vou dormir...pois amanhã é outro dia.

domingo, 8 de julho de 2007

Fim de semana

Este fim de semana tornou-se diferente.

Quem tem amigos não morre só, lá diz o ditado e é bem verdade.

E então, sem prever acabei por passar 2 dias á beira-mar, num apartamento em frente ao mar.

A imensidão do mar, todo o areal, pessoas a caminhar, outras estendidas ao sol, aproveitando para relaxar, distrair e aproveitar o sol, é certo com muito vento á mistura...mas não se pode ter tudo.

Serviu para quebrar a rotina, relaxar um pouco, me queimar também por estar demasiado tempo deitada ao sol.

Hoje continua o vento, a esfriar o tempo lá fora, mas daqui do sexto andar, a olhar e ouvir a musica do mar é qualquer coisa assim muito boa mesmo.

Vou aproveitar o resto do meu dia para uma caminhada, apanhar mais um pouco de sol e depois preparar o meu regresso a casa.

sábado, 7 de julho de 2007

O pensamento...onde está?

Perdido na imensidão do nada á busca de tudo...

Nadando contra as correntes do naufrágio,
na busca de um fim de tarde de pôr-do-sol.

Resgatando das tormentas a paz dos homens
na procura da felicidade.

Sempre vivo e sedento de novos mundos, conhecer
e na esperança de nunca morrer.

Vagueia no silêncio da noite
No sussurar das folhas,
nunca adormecido, só pousado no brilho das estrelas.

Fica espiando, como mocho atento,
descobrir a sabedoria...

Porque sim...essa é eterna
Do livro de "Este mundo sem abrigo" de Jorge Gomes Miranda

«Poema de Amor»

"-Fecha a porta, se não te importas
de viver o que resta ainda de um dia
vacilante e cruel junto do meu corpo.

-Ela está fechada, há muito tempo
a passos indecisos, vozes maldizentes
dos que advogam a tua perdição.


-Então, de onde vem a corrente de ar
que sinto sempre que olho lá para fora,
abro um livro na quietude letal da tarde?

-Da tua imaginação.

-Não te apoquentes com a desordem
aparente dos meus gestos, a ansiedade
com que confiro o resultado das análises.

-Sossega, corre uma brisa na penumbra,
o frigorífico está cheio, e não há contas para saldar.

-Em fuga vamos por palavras que protegem
para no instante seguinte traírem, quem saberá?

-Amei-te pela frontalidade com que dizias
o que eu não estava á espera de dizer."


Deslumbrante....

quinta-feira, 5 de julho de 2007

Acordar

Abrir o olhar para a luz da manhã e não pensar, não desejar...

Apenas sentir o sol a saudar o dia, ouvir a música da passarada a saudar o novo dia.

Espreguiçar o corpo e deixar-me levar pela preguiça de simplesmente acordar. Não uso despertador e mantenho o telemóvel silencioso.

Adoro deixar a persiana aberta para entrar a claridade conforme o sol vai subindo no horizonte e desfrutar da serenidade, da paz daquele momento...

....e só depois deixar o mundo entrar.

quarta-feira, 4 de julho de 2007

Adormecer

Uma das etapas do nosso ciclo de vida, recebemo-lo como um acto autónomo e que ao longo do dia vai sendo como certo; pousar a cabeça no travesseiro, o corpo repousar no colchão e finalmente dar um final de mais um dia.

Mas todos temos uma maneira diferente de adormecer, cumprimos rituais muitas vezes sem darmos conta.

Então um destes dias pus-me a pensar o porquê da minha forma de adormecer diferente da minha filha.

Para adormecer tenho sempre de estar virada para o lado esquerdo, colocar o braço sob o travesseiro, fechar os olhos e espero....

Falo com minha filha no escuro, trocamos risada, ás vezes choros, do coração de mãe para filha e ela vai escutando e questionando.

Por fim lá chega o momento do sono pesar nos olhos e então, viro para o lado direito e ela para o lado esquerdo e embalamos no sono, cada uma no seu tempo.

Ela adormece no seu lado com certeza do meu amor no seu coração.

E eu? Com um sorriso nos lábios por ter um amor assim...

O começo...

Olho para este pequeno espaço e não sei muito bem o que dizer...

Pretendo que seja um espaço em que partilho com quem está do outro lado e sente curiosidade por estas coisas um pouco daquilo que sei e mesmo aquilo que não sei...

Brincar com as palavras, soltar a imaginação e construir o dia a dia na expressão daquilo que sou...meio a medo, com timidez, mas espreitar pela janela do querer e fazer valer a vontade....

Aqueles que leram estas pequenas palavras, agradeço....