sexta-feira, 25 de setembro de 2009

As minhas lágrimas são para ti

Esperança era o seu nome...um nome que povoa a minha infância e juventude.

Esperança foi alguém que criou os seus 4 filhos homens quase sozinha porque o marido esteve emigrado na Alemanha. Marido este que foi meu padrinho de baptismo, Adriano, pois estava na minha vida quando nasci, na Alemanha.

Esperança que andou de luto mais de duas dezenas de anos pois o seu filho primogénito morre aos 21 anos.

Esperança que deu o corpo e alma na ajuda aos filhos, as vezes condenada por um outro filho, por simples inveja ou incompreensão, pelo que move o coração de uma mãe.

Esperança que era a mais parecida com a minha avó paterna, Joana, também ela minha madrinha, cuja imagem da infância me ficou o seu rosto marcado pela doença mas sempre com um sorriso e com palavras de carinho á mistura.

Esperança a filha mais velha das raparigas do meu avô paterno, Manuel, o meu anjo, o meu padrinho(pois tinha 2 padrinhos de baptismo), aquela pessoa que tem a minha eterna saudade, por quem choro ainda hoje.

Tia Esperança, sabes onde guardo o meu mundo de fantasia e alegrias?

No mundo que os meus avós, os meus tios, os meus primos estavamos todos juntos, nas férias, nos fins-de-semana, no Natal, que saudades dos nossos natais, nas brincadeiras, nas risotas, nas histórias da vossa própria infância contadas algumas pelos teus lábios, nas músicas que cantavamos, nos jogos que partilhavamos.

E é esta riqueza de valores, de sentimentos, de identidade que me mantem una e forte, que é muitas vezes as setas dos caminhos por onde sei que devo seguir.

O tio Adriano, que muitas coisas me ensinou foi o primeiro a partir, também de repente apanhando-nos de surpresa, agora juntas-te a ele, onde ja pedias há muito para ir.

As minhas lágrimas são para ti...porque partes.

As minhas memórias contigo ficam guardadas onde só haverá sorriros e muito amor.

Dá um beijo ao tio por mim...

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