terça-feira, 20 de novembro de 2007

Assalto

Pois é...em dois anos sofro o segundo assalto.

O primeiro em minha casa onde a invadem e levam apenas as peças de ouro, quase todas de oferta á minha filha quando nasceu e do seu baptizado.

E ontem, perto do escritório, numa rua que é quase exclusivamente de serventia a garagens e entradas das casas.

Fui buscar filhota a casa de um amigo da escola e de repente, quando estes chegam minha beira, surge um fulano que me arranca a bolsa do braço e dá numa correria. Eu saio logo atrás dele, aos berros para chamar atenção, para pedir ajuda, mas há um carro que se aproxima do cruzamento á frente e está á espera do larápio.

Fogem sem que eu consiga sequer tirar a matrícula.

Raiva e frustação que sinto de imediato e depois temor porque minha filha assiste a tudo.

É algo que tem que ser ultrapassado e seguir em frente...mas um sentimento de angústia, de impotência se instala que impede sair desta letargia que se instalou. Ter que conter esta vontade de gritar, apanhar os gajos, os abanar bem abanados, espetar-lhe dois chapos bem dados ou mesmo uma tareia é algo que fica aqui dentro a moer, a digerir.

No momento, não dá muito para pensar, é chamar a polícia, prestar informações, avisar clientes por causa dos cheques em meu poder, anular cartões e dar de mão beijada 200 euros que tinham me sido entregues para pagar um seguro, além de todos os documentos pessoais terem sido levados.

Atender filha que está assustada, fazer as suas perguntas sobre o sucedido e as minhas respostas no sentido de a tentar acalmar, repor uma certa normalidade que foi violada.

Só hoje de madrugada e quando saí da cama reve-se e torna-se a rever, e vêm os ses, os mas, o maldizer esta cambado de ociosos e malandros que acabam por levar um pouco do meu esforço diário que é conquistado a ferros, sinto um cansaço, uma letargia em que desabo num ciclo constante de acontecimentos que volta e meia me perturbam.

Odeio este papel de vítima, estou habituada a reagir, mas hoje não consigo...

Por um dia, alguém venceu uma batalha em que eu fui o peão.

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